terça-feira, 30 de outubro de 2012

Escalar de preocupação

No dia 30 de Outubro de 2012 14:57, Associação de Pais <apeesf@gmail.com> escreveu:

Exma. Vice-Presidente da CAP do AEA;
Venho por este meio partilhar um enorme motivo de preocupação dos pais e encarregados de educação com sentido de responsabilidade nos temas que colocam em causa o supremo interesse das crianças.
O tema prende-se com o facto de apesar de termos identificado neste início de ano lacunas no numero de auxiliares mas pelo facto de termos a garantia que as auxiliares do ano passado se manterem, deu-nos a algum conforto dentro da preocupação em causa.
Situação essa que mudou a partir do momento que validamos a possibilidade que a auxiliar Tania que assegura o serviço em conjunto com a Elsa (1º Ciclo) esta em vias de deixar de prestar a 4 horas ( que ultrapassa sempre este volume de horas em virtude do seu empenho nas tarefas que executa) ao serviço do Agrupamento.
Não querendo levar esta exposição para o tema pessoal, mas estamos a falar de um recurso que oferece um garante (muitas vezes escasso para as preocupações dos pais) em toda a sua actuação nas tarefas inerentes á sua responsabilidade, mas que nomeadamente nas tarefas que não são da sua responsabilidade mas que não se nega, nomeadamente na articulação com as voluntarias da APEESF na ajuda do serviço de refeições do refeitório, na ajuda da articulação das actividades desportivas dentro da escola, na excelente relação com as crianças, etc...
É um perfeito contra-senso, para não dizer irresponsabilidade, desperdiçar um valor seguro de um recurso que oferece todas as garantias para as crianças, para recorrer à contratação de pessoas nos centros de emprego para desempenharem tais funções. Isto é, evitar que pessoas sem qualificação (aptidão) possam ser colocados nas escolas a tratar das crianças, alguns deles com necessidades especiais.
A escassez de auxiliares na escola continua a levantar críticas entre os pais, os pais temem pela segurança dos filhos. A APEESF esta preocupada que a seriedade deste tema esteja apenas a ser gerido tendo em conta a questão do rácio”, ao invés da qualidade e correcta adequação dos profissionais a estas tarefas de vital responsabilidade.
Alertamos o CAP do AEA e a Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo (DRELVT) para que analise esta questão com a sensibilidade que o tema requer, pois o grau de exigência na gestão destes temas tem de ser obrigatoriamente mais exigente do que apenas cobrir as necessidades numéricas de recursos nas escolas.
Nas lacunas que os pais podem ajudar o Centro Escolar como é exemplo o projecto de voluntariado no serviço de Almoços no refeitório, identificamos que este esforço é prestado de bom grado, no sentido de poder ajudar as crianças neste tipo de dificuldades, mas que gostaríamos de observar por parte da tutela um esforço na gestão qualitativa dos seus recursos.
Independente da portaria que determina a relação auxiliares educativos / alunos estar ou não a cumprida no Agrupamento de Escolas de Alcochete. O que a comunidade escolar de São Francisco quer validar é o facto de que a qualidade educativa oferecida às crianças esta a ser tido em conta acima de todas as premissas burocráticas.
O tempo passa e com ele mudam as necessidades, sejam elas necessidades pessoais, profissionais ou institucionais, a única coisa que se pode afirmar verdadeiramente constante é a necessidade de evoluir.
A falta de adequação dos POC’s, aliado ao reduzido número que tem formação específica no acompanhamento de crianças, na sua grande maioria vêm de profissões que em nada têm a ver com o contexto educacional, muitos deles sentem a dificuldade de terem de se reconfigurar para conseguirem desempenhar as funções inerentes ao seu cargo, já que vêm de origens distintas. 
Logo, quando identificado um recurso de qualidade nesta área distinta, deve-se preserva-lo.
A falta de formação e as fracas habilitações escolares provocam um desfasamento entre o pessoal docente e não docente e isso constitui-se com um factor de desmotivação, já que não é permitido a estes que se assumam como elementos activos, com ideias, com vontade de participar e ser ouvidos na vida da comunidade escolar, remetem-se ao tal papel secundário de acatar ordens sem sequer as colocar em questão.

O que esperamos de um auxiliar de acção Educativa:

  • ·         Contribuir para a correta organização dos estabelecimentos de educação ou de ensino e assegurar a realização e o desenvolvimento regular das actividades neles prosseguidas;
  • ·         Colaborar activamente com todos os intervenientes no processo educativo;
  • ·         Zelar pela preservação das instalações e equipamentos escolares e propor medidas de melhoramento dos mesmos, cooperando activamente com o órgão executivo da escola ou do agrupamento de escolas na prossecução desses objectivos;
  • ·         Participar em acções de formação, nos termos da lei, e empenhar-se no sucesso das mesmas;
  • ·         Cooperar com os restantes intervenientes no processo educativo na detecção de situações que exijam correcção ou intervenção urgente, identificadas no âmbito do exercício continuado das respectivas funções;
  • ·         Respeitar, no âmbito do dever de sigilo profissional, a natureza confidencial da informação relativa às crianças, alunos e respectivos familiares e encarregados de educação;
  • ·         Respeitar as diferenças culturais de todos os membros da comunidade escolar.

Os auxiliar são elementos importantes na comunidade educativa, são importantes peças da engrenagem sem os quais a instituição não consegue trabalhar, este, hoje em dia tem de possuir um conjunto de conhecimentos, um conjunto de competências muito mais diversificado do que aquele que possuía há uns anos atrás, o mundo mudou, e com ele a educação e a forma como esta é encarada.

Tendo em conta a nossa preocupação, apelo ao vosso bom senso para a correcta abordagem deste tema concreto da auxiliar Tania.

Agradecendo a atenção dispensada esperamos a Vossa especial colaboração

O Presidente da A.P.E.E.S.F.
Orlando Verissimo Lopes Rubio

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